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"ALTOS" E "BAIXOS" - SERÁ TRANSTORNO BIPOLAR?

Atualizado: há 7 dias


TRANSTORNO BIPOLAR - O QUE É ?

O transtorno bipolar é uma condição de saúde mental, uma doença do cérebro marcada por mudanças extremas de humor, pensamento, energia e comportamento. Essas alterações não estão relacionadas à falha de caráter ou uma fraqueza pessoal, mas a uma condição de saúde que a pessoa não consegue controlar sem o tratamento adequado.


As alterações químicas que ocorrem no cérebro bipolar oscilam em dois polos, alto e baixo mas, não são as que vivemos em nosso dia a dia, uma pessoa com o transtorno terá essas oscilações em um nível de gravidade que compromete a vida como um todo. Essas mudanças podem durar por horas, dias, semanas, meses ou até anos.


QUAIS SÃO OS SINTOMAS DO TRANSTORNO BIPOLAR

Os sintomas estão relacionados de acordo com os polos “alto” ou “baixo”. O polo “alto” chamamos de mania/hipomania e o polo “baixo” chamamos de depressão.

Os sintomas da Mania/hipomania se apresentam com humor elevado, otimismo e autoconfiança exagerado, irritabilidade excessiva, comportamento agressivo, diminuição da necessidade de sono sem sentir cansaço, pensamentos grandiosos, senso razão aumentado, discurso e pensamento acelerados, fuga de ideias, impulsividade, distraibilidade, comportamento impulsivo para compras, sexo, jogos, comida, atividade física, fixação em um conteúdo religioso, político, filosófico. Em casos mais graves de mania pode ocorrer delírios e alucinações.


Os sintomas da depressão se apresentam com tristeza prolongada ou crises de choro inexplicáveis, mudanças significativas nos padrões de sono e apetite, irritabilidade, raiva, preocupação, agitação, ansiedade, pessimismo, indiferença, perda de energia, letargia persistente, sentimento de culpa e inutilidade, dificuldade de concentração e tomada de decisão, incapacidade de ter prazer em interesses anteriores, retraimento social, dores inexplicáveis, pensamentos recorrentes de morte ou suicídio. Em casos mais graves pode ocorrer delírios e alucinações.

As pessoas que têm o transtorno podem apresentar mais episódios de depressão do que de mania/hipomania e geralmente são nestes episódios que as pessoas buscam tratamento, e na maioria das vezes o diagnóstico é feito de forma incorreta, com a identificação apenas de uma depressão unipolar, o que pode prejudicar, pois são tratamentos bem diferentes. É importante informar para o profissional se já houve fases em que houveram alterações no humor como descrito acima para o polo “alto”.


QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA O TRANSTORNO BIPOLAR?

Não há uma causa única para os transtornos do humor, entendemos que é causa multifatorial. Os principais fatores de risco estão relacionadas aos componentes genéticos, experiências traumáticas ou eventos estressores e experiências adversas na infância, como abuso, pobreza, maus tratos, ambientes invalidantes, uso excessivo de drogas e álcool que podem fazer precipitar a doença.

O TRANSTORNO BIPOLAR É CLASSIFICADO POR DOIS PRINCIPAIS TIPOS:

O TIPO 1

É caracterizado pela ocorrência de pelo menos um episódio de mania, seguido de episódio de depressão. Na mania a pessoa pode apresentar sintomas de autoestima muito inflada, redução da necessidade de sono, loquacidade, distraído, direcionado a objetivos ou movido por ideias, ou se envolver em atividades que podem gerar consequências drástica financeiras sem necessidade, uso excessivo de drogas, sexo. Na maioria das vezes é necessário internação para estabilização. Os episódios de mania podem ser tão graves desencadeando uma ruptura com a realidade, o que chamamos de sintomas psicóticos

TIPO 2

É caracterizado pela presença de pelo menos um episódio depressivo e de hipomania. Os sintomas da hipomania são semelhantes aos da mania, porém com uma intensidade menor, mas que afeta a vida diária da pessoa. No entanto, os sintomas podem ser mais difíceis de identificar nesse tipo porque são menos graves, prolongando o diagnóstico e o tratamento. O tipo 2 são os mais frequentes entre a população geral.


CICLOTIMIA

A ciclotimia apresenta os sintomas de “altos” e “baixos” de forma mais branda e crônica por pelo menos dois anos ou mais, não trazendo tantos prejuízos como nos tipos 1 e 2., não preenchendo todos os critérios para a depressão ou a hipomania.

COMO O TRANSTORNO BIPOLAR É DIAGNOSTICADO?

Não existe um “teste” que possa fazer para determinar o transtorno bipolar. É necessário uma consulta com um profissional especializado em transtornos de saúde mental e falar sobre os sintomas específicos com ele. O médico solicitará exame físico completo para descartar quaisquer condições médicas subjacentes, como hiper e hipotireoidismo que possam causar estados maníacos ou depressivos. Se nenhum for encontrado, é realizado uma entrevista psicológica detalhada para coletar informações adicionais e determinar que tipo de transtorno bipolar você pode estar sofrendo, a intensidade e os prejuízos deste sintomas, na vida diária, trabalho, escola e relacionamentos.

Nesta entrevista o profissional avaliará o histórico familiar, se houver membros da família com transtorno bipolar ou depressão, isso é uma bandeira vermelha, pois a predisposição genética é um fator de grande relevância para o desenvolvimento de um transtorno bipolar.

É importante informar ao profissional se há na história familiar suicídio consumado ou tentativas de suicídio, o que é preocupante porque o transtorno bipolar não tratado pode resultar em suicídio. Nas gerações anteriores, muitas vezes os membros da família não percebiam que tinham uma doença mental ou não eram diagnosticados, mal diagnosticados ou nunca procuravam tratamento. Portanto, quando um familiar cometeu ou tentou suicídio em sua história, pode ser uma bandeira vermelha para bipolar.

A participação da família é de extrema importância para a identificação do diagnóstico, muitas vezes a família, um parceiro significativo ou colegas de trabalho são os primeiros a reconhecer os sinais e sintomas do transtorno bipolar. A pessoa que sofre do transtorno pode relutar em procurar ajuda no início principalmente porque pode não perceber o quão perturbador é o distúrbio em sua vida ou pensar que é apenas parte de sua personalidade e gostar de se sentir alto ou eufórico quando está em mania ou hipomania.


COMO É O TRATAMENTO DO TRANSTORNO BIPOLAR?

Medicamentos e psicoterapia, principalmente a terapia cognitivo comportamental são os planos de tratamento mais indicados para pessoas que sofrem com o transtorno bipolar e a taxa de sucesso desses tratamentos é muito alta se for seguidos de forma consistente e responsável. É necessário uma mudança no estilo de vida, como rotina de sono, atividade física e alimentação saudável para ampliar a resposta positiva do tratamento.

Se você se identificou e acredita que estar apresentando de maia/hipomania ou depressão, busque ajuda. O Transtorno bipolar não desaparece sozinho, mas com o plano de tratamento certo, você pode administrá-lo com sucesso e evitar sérios prejuízos ao longo da sua vida.

CUIDE BEM DE VOCÊ!

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Lucinê Costa e Silva - Psicóloga CRP04/22623

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